quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Anima Mundi 2009 - Michel Ocelot

Infelizmente não tive a oportunidade de assitir ao Papo Animado com Michel Ocelot no dia 17/07 no Rio de Janeiro. Coisas de Anima Mundi, que começa a venda de ingressos para esses encontros uma semana antes do início do Festival, deixando de fora aqueles que vêm de outros estados. De qualquer forma o trabalho de Michel Ocelot é um velho conhecido e pude assistir à sessão com seus curtas, já disponíveis em DVD, mas ainda sem lançamento no Brasil.

O curta “Les 3 inventeurs” (França – 1980) foi o primeiro curta de Ocelot, fato realmente impressionante, devido a qualidade da animação e ao alto grau de dificuldade da técnica escolhida. Ele animou com papel rendado, daqueles que se utiliza para enfeitar pratos de bolo e doces. A delicadeza do papel adequa-se à história narrada de uma família de inventores incompreendida por sua comunidade. No you tube um pequeno trecho dessa animação está disponível, mas a qualidade do vídeo não faz jus à animação. Abaixo algumas imagens:


Michel Ocelot, de formação publicitária, não tem receio de arriscar. Com domínio na animação de recortes e de sombras ele não hesitou ao enveredar-se na computação gráfica desenvolvendo histórias bem contadas nessa nova tecnologia, a exemplo de seu “Azur e Asmar” (2006). Seus longas são conhecidos em todo o mundo. Sua infância na Guiné o influenciou a criar o personagem Kirikou (1998 e 2005), conquistando fãs mundo a fora. Fato comprovado pelas dublagens da animação em diversos idiomas. Ele chegou ainda a animar a canção XXX para um clipe de Björk.

Em suas próprias palavras "O uso do 3D proporciona muitas coisas boas, mas sua fraqueza é justamente o poder que ele tem: pode-se imitar tudo. Nas técnicas em 2D o espectador entende de imediado o que é proposto: que aquilo é uma brincadeira onde ele é convidado a entrar, há um pacto com a simplicidade." Segundo informação do blog do Anima Mundi 2009 ,para os próximos trabalhos Ocelot pretende voltar ao 2D utilizando das novas tecnologias.

Animador diversificado Ocelot é um dos poucos que pode se dar ao luxo, hoje em dia, de dizer que vive de animação. Sua estabilidade financeira lhe permite fazer os filmes que gosta, com liberdade artística, para deleite do público. Aguarda-se ansiosamente um retorno de Ocelot às técnicas tradicionais ou mesmo experimentais que o consagraram.