quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O Bom, o Mau, o Feio e Il maestro

O filme que dá título ao nosso blog apresenta três homens em conflito ("coincidentemente" seu título em português) num western que se passa em plena guerra civil norte-americana (apesar de ter sido filmado na Espanha). Os personagens vivem encontros e desencontros em busca de um mesmo objetivo. No caso do filme, uma fortuna em dinheiro. Cada um sabe apenas uma parte do segredo que levará ao local onde o tesouro está enterrado e, por isso, precisam unir forças para encontrá-lo.

Como o Bom, falarei um pouco da trilha sonora composta pelo maestro Ennio Morricone em sua parceria com Sergio Leone. (Tive a honra de assistir ao vivo em São Paulo, neste ano, Morricone conduzindo a orquestra Roma Sinfonietta. Foi emocionante! Chorei de soluçar...)

Com trilhas sonoras inesquecíveis Il maestro, como é chamado Morricone, é um dos poucos compositores que, a pedido do próprio diretor, no caso Sergio Leone, participou desde a pré-produção até à finalização de seus filmes. O que pode explicar o fato de suas músicas ajudarem a expressar os sentimentos dos personagens de uma forma mais tocante que em outros filmes. No filme “The good, the bad and the ugly” (Il, Buono, Il Brutto, Il Cattivo - Itália - 1966) a música é quase um quarto personagem, nos possibilitando perceber emoções indizíveis por seus brutos personagens. O que na literatura está escrito nas entrelinhas, nos filmes de Leone, são as composições marcantes de Morricone. Diferente de muitos outros compositores, ele não tem medo de inovar e faz uso de todo tipo de instrumentos a serviço da melodia que quer criar e seu impacto na história e no espectador. Além disso, ele sabe usar um importante e muitas vezes esquecido elemento musical: o silêncio. O gênero western não foi o mesmo depois de Sergio Leone e Ennio Morricone*. Clint Eastwood também não.

* Importante lembrar que Morricone fez trilhas para os mais diversos gêneros cinematográficos. Em 2007 Il maestro recebeu um Oscar pelo conjunto de sua obra, reconhecimento tardio, mas sem dúvida merecido.

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