domingo, 14 de dezembro de 2008

Simplesmente Amor

Nesta semana, alguns canais a cabo andam reprisando o filme Simplesmente Amor (Actually Love – Inglaterra – 2003), dirigido e roteirizado por Richard Curtis. Este filme passou desapercebido pelos cinemas. Eu só assisti a ele depois da Christine Veras me garantir que era uma ótima surpresa. De fato, é um filme que provavelmente nunca será listado entre os 100 ou sequer os 1000 maiores de todos os tempos, mas entrou logo para a minha lista de filmes a serem assistidos sempre que preciso de distração garantida (aqueles que não exigem muito do intelecto, mas não ofendem à inteligência, e ainda nos tocam de alguma forma).

Simplesmente Amor até adota uma fórmula que já vem se desgastando e se esvaziando: a de múltiplas histórias sendo contadas paralelamente, com os personagens interrelacionando-se ao longo da trama. A despeito de esta fórmula não parecer apresentar quaisquer novidades, adéqua-se perfeitamente a este filme. As diversas histórias apresentam várias formas de amor ao mesmo tempo que diferentes tons narrativos (nuances do amor dramático e do cômico).

A história de Billy Mack (Bill Nighy) é uma das grandes fontes de humor do filme e permeia toda narrativa. Uma das suas cenas mais marcantes certamente é de quando vai a um programa para adolescentes e termina dando um conselho para os “meninos e meninas” em casa: Não comprem drogas. Tornem-se um astro do rock, que te dão de graça. Também cômica é a improvável história de Colin Frissell (Kris Marshall) que vai à América atrás de garotas mais bonitas e liberadas que se interessassem por ele - e consegue isso em Wisconsin. Hugh Grant, como o primeiro-ministro inglês, vive uma comédia romântica ao se apaixonar por uma de suas funcionárias - depois de um típico breve momento de separação causada por um mal-entendido, acabam se entendendo numa cena em que parte das histórias se encontra.

Histórias mais dramáticas vivem Sarah (Laura Linney) e Karen (Emma Thompson). Sarah chega à beira de realizar seu sonho de ficar com Karl (Rodrigo Santoro) por quem é apaixonada, mas ao final temos dúvida se algum dia conseguirá dispor livremente da própria vida. Karen descobre a traição do marido, Harry (Alan Rickman), e vê seu casamento ameaçado para sempre (mesmo ficando juntos, percebe-se que algo se quebrou entre eles). Jamie Bennett (Colin Firth), por outro lado, começa numa história de traição (a namorada está tendo um caso com o irmão de Jamie) e termina numa comédia romântica (uma relação terna e empolgante com Aurelia – interpretada pela atriz portuguesa Lúcia Moniz -, uma história com direito a separação temporária, obstáculo da língua e superação).

Uma das minhas histórias favoritas é do amor impossível de Mark (Andrew Lincoln) por Juliet (Keira Knightley), mulher de seu melhor amigo, Peter (Chiwetel Ejiofor). A cena em que todos descobrimos que ele é apaixonado por ela está entre minhas favoritas. Assim como a do casamento e da declaração na noite de Natal.

Separei, dentre o que se acha no YouTube, quatro das minhas cenas favoritas que, não coincidentemente, têm trilhas musicais maravilhosas.

Peter e Juliet Karen e Harry Mark e Juliet Sarah e Karl

Sim, há muitas outras histórias em Simplesmente Amor, sobre as quais precisaria de muito mais espaço para falar. Aquela fórmula saturada do filme episódico faz todo sentido aqui: compõem os pequenos gestos, diálogos, tons e formas do amor.

Além disso, toda história se passa na época do Natal. Feliz Natal a todos!

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